terça-feira, 11 de novembro de 2008

Olhos Vermelhos

São vinte e duas horas, desde as dezenove horas que eu vago por esta cidade fétida. Olho ao redor e vejo mendigos ao chão enrolados em papelões e panos velhos para se aquecer do frio, prostitutas exibem seus corpos feito mercadorias, drogados nos becos, bêbados vomitando nas calcadas e seres mau-encarados na escuridão. Como eu detesto esta cidade! Vim para este lugar por causa de trabalho. Um lugar promissor para um advogado. Tantos crimes que fica impossível não se conseguir um caso, desde um simples assalto ate um serial killer que coleciona orelhas. Pensei que aguentaria viver nesta cidade, mas esta cidade é tão imunda que me enoja. Ouço sirenes! É uma ambulância. Alguém deve ter esfaqueado alguém, ou um jovem deve ter exagerado nas drogas. Vejo uma menininha a frente, que coisa linda. Uma flor no meio do deserto. Uma pequena menina de cabelos dourados cacheados, de pele clara, parecida com uma boneca, passeando sozinha por esta cidade. Que mãe irresponsável! Deixar uma criança sozinha nesta cidade é muito perigoso, a quantidade de maníacos e estupradores é tão grande que estou admirado dela não ter sido atacada ainda. Ela esta olhando para um beco, tem algo lá que a intriga. Não! Tem alguém falando com ela. Quem será? Parece que ele a esta chamando. Não vá! Droga, ela esta indo. Não penso duas vezes se devo ou não socorrer aquela menina. Parto correndo para o beco e observo um homem debruçado sobre a menina.
- Deixe-na!
O homem voltou os olhos para minha direção. Aqueles olhos vermelhos como fogo e possuindo uma intensa maldade, como se toda maldade do mundo concentra-se naquele olhar. Sua boca esta suja, como o beco esta escuro não da para notar de principio do que se trata, mas aos poucos, com um pouco mais de observação. Oh meu Deus! O que encontra-se na boca dele é sangue. Por uma ação mais inconsciente do que consciente olho para a menina desacordada nos braços daquele monstro. Há um ferimento na menina, daquele lindo pescoço escorre gotas de sangue. Se eu estivesse armado com toda certeza do mundo eu abriria a cabeça daquele desgraçado. Só que eu não estou! Desde que eu cheguei nesta cidade todos me dizem que eu deveria anda armado. Se arrependimento matasse? Este é o típico caso em que ele mata! Aquela criatura parte para cima de mim com um velocidade que é animalesca. Não demora muito e sinto suas mãos em meu pescoço, logo percebo que não é só sua velocidade que é animalesca, sua força também é impressionante. Tento escapar, só que é inútil, feito um criança continuo tentando escapar. Só que a única coisa que escapa, ou melhor falta, é o ar dos meus pulmões. Puxo o ar e ele não vêm, puxo novamente e ele não vem! Sinto que a vida esta deixando o meu corpo, meus movimentos tornam-se mais lentos, começo a sentir uma tontura e todas as minhas forcas vão se acabando. Olho para o céu em busca de um milagre. Quem sabe eu tenha feito boas ações o suficiente para que um anjo possa me ajudar. Parece que enviaram um anjo ele vem caindo em minha direção com roupas negras, sorriso nos lábios e os olhos puxados e negros, tão negros como um lago em noite sem luar. Pensando bem isso não é um anjo, é sim a morte.
Notliada